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De onde vem a aromaterapia?

parede decorada com escritas rudimentares dos povos da antiguidade que foram precursores do uso de plantas e óleos essenciais para cura e outros fins

Tópicos do artigo

A aromaterapia é o uso de óleos de plantas conhecidos como óleos essenciais para alcançar o bem-estar psicológico e físico. Mas a pergunta é: de onde vem a aromaterapia? Qual a origem da prática?

Os chineses podem ter sido uma das primeiras culturas a usar plantas aromáticas para o bem-estar. Suas práticas envolviam queimar incenso para ajudar a trazer harmonia e equilíbrio.

No oriente médio também existiam vários povos da antiguidade que usavam óleos de plantas para diversos fins.

Os egípcios inventaram uma máquina de destilação rudimentar que permitia a extração bruta do óleo de diversas plantas. Também foi descoberto que a Pérsia e a Índia podem ter inventado máquinas semelhantes ou adquirido as mesmas como espólio de guerra contra os povos do Nilo.

Em 2005, um alambique de barro com aproximadamente 4.000 anos de idade foi descoberto por arqueólogos em Chipre e aparentemente incluía tigelas que, quando testadas, indicaram que o alambique era usado para realizar destilações de alecrim, lavanda e outros vegetais.

Óleos de cedro, cravo, canela, noz- moscada e mirra eram usados ​​pelos egípcios para embalsamar os mortos. Uma tumba foi aberta no início do século XX e vestígios das ervas foram descobertos com partes intactas do corpo. 

O aroma, embora fraco, ainda era perceptível. Também usavam óleos essenciais e preparações de ervas para fins espirituais, medicinais, perfumaria e cosméticos. Os homens egípcios da época usavam fragrâncias tanto quanto as mulheres. 

Um método interessante que os homens usavam para se perfumar era colocar um cone sólido de perfume em suas cabeças. Ele derreteria gradualmente e os cobria com as fragrâncias ao longo do dia.

Aromaterapia na antiguidade – Grécia

Os gregos se desenvolveram depois e aprenderam muito com os egípcios, mas a mitologia grega aparentemente creditava o dom e o conhecimento sobre perfumes aos vários deuses. 

Os povos das diversas cidades da Grécia antiga tinham costumes bem distintos, mas todos reconheciam os benefícios medicinais e aromáticos das plantas. Hipócrates, conhecido como o “pai da medicina”, praticava fumigações para benefícios aromáticos e medicinais.

Um perfumista grego chamado Megallus criou um perfume que incluía mirra em uma base de óleo vegetal similar aos óleos carreadores de hoje, e servia a vários propósitos: aroma agradável, propriedades anti-inflamatórias na pele e cicatrização rápida de feridas.

Aromaterapia na antiguidade – Roma

O Império Romano formou-se depois com muitos aprendizados das culturas egípcia e grega. Dioscorides escreveu um livro que descrevia as propriedades de aproximadamente 500 plantas. 

Também é relatado que o autor estudou sobre destilação. A destilação durante este período, no entanto, concentrou-se na extração de águas florais aromáticas e não de óleos essenciais puros, pois não havia tecnologia suficiente para separar 100% da água.

Um grande evento para a destilação de óleos essenciais veio com a invenção de um tubo de resfriamento em espiral no século XI. O persa Avicena inventou o instrumento que permitia que o vapor da planta resfriasse com mais eficiência. 

Esta contribuição de Avicena permitiu um grande avanço no estudo dos óleos essenciais e seus benefícios.

No século XII, uma abadessa da Alemanha chamada Hildegard cultivou e destilou lavanda por suas propriedades medicinais.

No século XIII, nasceu a indústria farmacêutica, que naquela época valorizava muito mais os extratos vegetais puros.

Aromaterapia no mundo moderno

Durante o século XIV, a Peste Negra atingiu toda a Europa e matou milhões de pessoas. Preparações à base de ervas foram usadas extensivamente para ajudar a combater esse terrível inimigo. 

Alguns perfumistas sobreviveram em condições muito adversas e acredita-se que podem ter evitado a praga pelo contato constante com os aromáticos naturais.

No século XV, mais plantas foram sendo testadas para a fabricação de óleos essenciais, incluindo incenso, zimbro, rosa, sálvia e alecrim. Um crescimento na quantidade de livros sobre ervas e suas propriedades também começou no final do século. 

Paracelsus foi um médico suíço, alquimista, teólogo leigo e filósofo do Renascimento. Seus estudos desafiaram radicalmente a natureza da alquimia e ele se concentrou no uso de plantas como remédios.

Durante o século XVI, era possível começar a comprar óleos de plantas com os chamados “boticários”. Durante os séculos seguintes, a perfumaria tornou-se uma forma de arte e foi mais sendo claramente definida com um campo de atuação próprio, paralelo à medicina.

O século XIX foi um importante período para a ciência, com grandes avanços que levaram o mundo a momentos ruins, como a Primeira Guerra Mundial, mas também a muitos avanços positivos. Neste século, os principais constituintes químicos dos óleos essenciais foram isolados e estudados.

O conhecimento da separação dos constituintes dos óleos essenciais foi usado para criar produtos químicos sintéticos e remédios. Descobriu-se que isolar os constituintes principais e, então, usar os químicos puros, seria benéfico terapeuticamente e economicamente.

Hoje temos farmacologia e perfumaria muito avançadas. Isso enfraqueceu o uso de óleos essenciais para benefícios medicinais e aromáticos, o que está sendo resgatado agora.

No início do século XX, o químico francês René-Maurice Gattefossé manteve o interesse pelos óleos essenciais completos, escreveu livros sobre o tema, e é um dos principais responsáveis pela aromaterapia.

Gattefossé é um símbolo do estudo das plantas aromáticas e também um símbolo de resistência contra as mudanças promovidas pela indústria farmacêutica.

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